terça-feira, 5 de abril de 2011

Fuga desenfreada.



Andam me tachando de louca – o que não é lá grande novidade. Ficam repetindo que faço as coisas por capricho, impulso, que sou uma boba de largar tudo na minha vida por simples vontade momentânea. As pessoas tendem a querer nessas horas entender da sua vida mais do que você, a dar conselhos, e opiniões, a criticar e se achar no direito de se fazerem doutoras do mundo que não é delas. Acho que esse, na verdade, é um dos principais motivos dessa minha fuga desenfreada, já que preferem denominar de fuga rebelde. Só acho que ando querendo expandir o meu eu comprimido para o espaço que eu convivo. E isso, meus caros, é impossível no lugar onde eu vivo. 

Refúgio



Comecei este texto pelo título. Coisa que nunca soube fazer, por não ter a certeza do que falarei, e a quantas andará o que irei escrever. Enfim, agora não faço idéia do que falarei, nem como terminarei isso aqui. Mas começou, está começando, nem sabia como realizar a abordagem desse tema e vejam só, já estou na quarta linha, é não adianta escapar...

Refúgio. Todo mundo necessita de um. Todos, mesmo o mais forte dos homens, certamente possuem - ou necessitam - um lugar onde possam encontrar o eu verdadeiro. Não só encontrar a si. Pensar também. Pensar, ler. Ouvir, conversar, descansar. Perceber o mundo. Sentir e ser sentido. Entender e ser entendido.


Um refúgio pode ser um lugar. Com céu, montanhas, grama, mar ou apenas quatro paredes,. Pode ser um quarto, seu quarto - ou o quarto de outra pessoa, com quem você se sente igualmente bem e pode ser quem você verdadeiramente é, sem precisar forçar, ou calar quando tem vontade de expressar suas opiniões mais profundas por medo do mundo. Pode ser uma pessoa. Se refugiar em alguém. Muitos costumam usar outros como refúgio (e são os mesmos que também acabam servindo para tal). Ainda assim, apesar de comum, esse é o refúgio menos óbvio de se encontrar: alguém. Bem mais fácil achar um esconderijo em alguma praça, em algum parque, em alguma viela, em algum prédio... Bem mais fácil achar um lugar para se chamar de seu do que uma pessoa. Bem mais difícil se refugiar sozinho.
Os animais também são ótimos como refúgio. Podem muito bem amparar uma alma solitária, que busca explicações ou o fim de seus sofrimentos. Eles fazem muito bem isso. Pause para brincar com algum cachorro vira-lata perdido por aí. Pause. Pare. E terá encontrado um refúgio, mesmo que por instantes. Eu já tive um grande refúgio, Lila minha cachorrinha, ela estava lá, no sol. Depois ia para a sombra. A sombra também pode ser um excelente refúgio. Pra quem está a andar na rua, cansado e com um sol queimando seu corpo, procura a primeira sombra pra aguardar um pouco, até descansar e voltar a seguir seu caminho.


Comida. Alguns a utilizam como válvula de escape para suas preocupações. Uma barra de chocolate, por exemplo. Bebida também. Ah, como ela recorrentemente serve para alguns! Até em vestibulares o chocolate atua como refúgio para o nosso nervosismo. Bebidas? Ah, Bares. Encontrar um garçom amigo. Amigos. Amigos podem ser a solução. Provocam o riso, aumentam a alegria, aquecem-nos. E há também as palavras! Isso aqui, por exemplo, é certamente um refúgio, é onde eu me encontro, onde eu posso me expressar sem medo de opiniões ou julgamentos alheios, onde eu exponho alegrias e tristezas, tenho alguns outros, mas esse é o que melhor expressa quem eu sou no meu EU interior, e para aqueles que se oprimem diante da sociedade, que se calam, existe outro refúgio que é o Pseudônimo, podem opinar sobre determinados assuntos, e se esconderem por trás de um nome fictício.


Cada um tem um refúgio particular, uma forma de se encontrar, de se expressar.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Crescer...


É impressionante como tudo parece diferente depois que se cresce.
Esse tal verbo implica muito mais do que a ação explícita semanticalmente. Crescer pode ser mudar, mas também pode ser agregar, conhecer, em outro casos, o crescer se torna embrutecer, regredir, afastar-se. Deixamos os brinquedos para trás, agregamos interesses, conhecemos coisas novas, nem tudo significa evolução. Estagnamos com o coração bruto depois de decepções, regredimos o modo libertário de pensar e muitas vezes a vida ou nós mesmos nos afastamos do que até então gostávamos. Crescer é complexo, obrigatório, necessário, mas entre trancos e barrancos vamos vivendo sem refletir muito, até que um probleminha aqui e outro ali nos faz parar, pensar, recordar... Vem a nostalgia. Ser saudosista não é a melhor característica para quem cresceu de forma pensante. Vem o misto de alegria e tristeza ao lembrar dos amigos que nos seguiram até hoje, mas que antes, era tão mais especial cada instante, porque estavamos presentes fisicamente quase que o tempo inteiro, e por isso tenta-se crescer sem deixar coisas para trás o que revela o sucesso do Orkut, MSN, Facebook, Youtube. Mando um recado para Suelen e outro pra Rayane, vejo as fotos de Renata e também de Thallyta, cutuco Lays, teclo com Jéssica e Zuyla... Vem o mantimento da amizade à distância.
E pelo youtube, revemos Chiquititas, videos gravados, relembramos momentos, nossa infancia e adolescencia gravada, a garganta apertada. Ninguém quer ficar só, quereremos viver, reviver e melhor ainda se estivermos unidos. Agora amigas, não estou aqui, o pronome demonstrativo é outro, estou aí, junto de vocês. Estar perto não é físico. Estou com saudades, e permaneço com vocês. Não haverá idade para que deixe de lado o que sinto mesmo que ainda mais eu cresça, envelheça. É necessário que permaneça o que vou dizer: Amigas, estou aí!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Dos meus pensamentos aleatórios,



Anotei pra não esquecer, parte 1:

Admito que eu posso ser uma das pessoas mais inseguras do mundo. Admito também que fico muito constrangida quando as pessoas depositam confiança em mim, é que não sei receber elogios sem duvidar (e depois virar tomate). Dia desses eu escutei de uma amiga, "te admiro e acredito em você". Um tanto constrangida, eu nem soube o que responder. No dia seguinte, minha mae me abraçou e me disse tudo aquilo que eu precisava ouvir, "eu te amo e confio em você, vá em frente e conquiste o mundo". Para completar, eu li hoje uma frase no facebook de um amigo que encaixou perfeitamente com o meu momento nervosismo: "Se as pessoas estão me dizendo que elas me veem capaz, porque é que eu não vou me ver assim?" - taí uma coisa a se pensar.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Faxina Interior

Faxina: Aquilo que as pessoas fazem com a casa, afastam os móveis, tiram sujeiras e se desfazem de lembranças, eu também faço, só que, com a vida. Preciso de um dia inteiro para mim, e ontem apesar do dia ter sido intenso e cheio de pequenos detalhes e grandes problemas que se desfaziam com a certeza de que tudo vai dar certo, eu consegui realizar essa faxina.

Lembrei das pessoas que passaram, dos que passarão, dos que ficaram e dos que ficarão. Lembrei da vitamina de banana que minha vó me fazia, eu não gostava porque era cheia de bolinhas e então ela peneirava so pra mim tomar e eu amava aquela vitamina, sem as bolinhas. Acho que quando a gente é criança aprende a amar de forma simples. Só que isso passa com o tempo, a partir do momento que o nosso amor começa a ser medido em uma moeda estranha que nunca entendi. Continuo amando daquela forma simples. O carinho dos meus pais, as risadas e histórias dos meus amigos, as viagens que sobram alegria e falta juízo, a verdade no olho de alguém que te olha no olho, as palavras de quem tem carinho por elas, o silêncio da caminhada na chuva, as músicas que a gente canta para não esquecer o passado.

Uma palavra para o meu Janeiro? Intenso. Tudo mudou centenas de vezes e em um ritmo maluco. Comecei a reparar em milhares de coisas que nunca tinha notado. Valorizar ações que me eram irrelevantes. Percebi que minha vida é apenas dos poucos e bons. São das pessoas que tem alguma verdade. E é principalmente de quem é de verdade. De quem enfrenta a vida de frente sem medo de dizer "eu errei". Porque é isso, vamos errar e mudar infinitas vezes.

A Clarice falou "não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma". Dessa forma, mudei mais um pouco esse mês. Olhei o caminho dos meus sonhos e deixei-o projetar. Consegui viabilizar uma ideia que pensei que fosse demorar anos até ser verdade. Mas, não, está aí. No fim do ano tudo vai se tornar verdade, e deixar de ser um sonho, porque o Deus que eu acredito, tarda mais não falha. Esse mês eu conheci pessoas incríveis, a melhor amiga continuou sendo a melhor amiga, me livrei de relações desgastadas e vazias em prol de manter meu sorriso. Aceitei que seria diferente, e é... It's a new day, it's a new life and i'm feeling good.

Lista de Sonhos e Projetos


Organizando as minhas gavetas essa semana, encontrei uma lista de Sonhos e Projetos que fiz para o ano de 2010. Fiquei animadíssima. Vi que concluí pelo menos 8 dos 10 projetos que havia feito. Considero isso, em meu caso, uma performance muito animadora. O fim de 2011 jájá bate a minha porta, mas ainda tenho um ano inteirinho para realizar os dois sonhos que restam. Já escrevi mais seis sonhos que desejo concretizar em esse ano. Abri um sorriso quando percebi que todos eles não determinam o lugar que quero chegar, e sim a força que eu tenho pra sair de onde estou (ou estarei). Se Fernando Pessoa estava certo quando disse, "você é do tamanho dos seus sonhos", eu garanto que sou gigantesca, e pretendo ficar ainda maior. Quero me alimentar de sonhos, sempre.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Uma divisão que se soma no final das contas


 Hoje, mais uma vez, mandei beijos aos céus, me dei conta do amor que carrego, tão intrínseco em mim, o amor que só sei demonstrar da forma mais singela possível, mas que é a mais importante, tenho consciencia disso. Me descobri bonita e bateu um orgulho danado de ser quem eu sou, fiquei inteiramente feliz, porque pensei em meus defeitos mais uma vez me vi a sorrir. No meu ver, os defeitos só existem para aumentar ainda mais o brilho de minhas qualidades. Que bobagem essa nossa de só nos percebermos tristes, acaba que quando estamos felizes, nem notamos mais e depois estamos reclamando da vida mais uma vez, dos problemas e que nada acontece de novo, claro, você mesmo não quer que nada mude, você se acomodou.
O que me ficou de lição? que quando amamos alguém, deixamos o egoísmo de lado, um amor inteiro só por nós mesmos, ocupa muito espaço. Então, pra que amemos outras pessoas, devemos deixar um pouco de lado esse orgulho de amar a si mesmo acima de tudo e todos. É impossível, amor e egoísmo são como água e óleo, não se misturam, e abrir mão de um espaço que era só nosso não significa que nosso amor por nós mesmos irá diminuir, pelo contrário: aprendemos a dividir esse sentimento e ele se torna uma conta de mais, a matemática não explica, mas não há como perder, ficamos mais bonitos, e sorridentes, depois que tiramos nosso amor de dentro da gente para entregá-lo a outra pessoa, passamos a nos conhecermos e nos amarmos melhor. Às vezes, meu sorriso me denuncia e acabo entregando o jogo, ou quando sorrio verdadeiramente,  ou quando sorrio por conveniência. Quando dou um sorriso sincero, sei que dei um sorriso sincero, a pessoa que o recebeu também sabe, simplesmente não sei fingir. Tudo em mim é muito verdadeiro, e hoje sou eu mesma, sem medo de ser. Aprendi isso amando, porque quando amo, mostro quem eu sou de verdade sem que eu possa controlar. ainda assim, sou amada. surpreendente. Isso é o que me encoraja a seguir em frente. Quando a gente ama, se cobra menos: nossa alegria maior é ver o bem de quem amamos, ainda que estejamos insatisfeitos e doloridos, minha cadela, por exemplo, mesmo antes de morrer, quando estava machucada, vinha fazer a maior festa por ver que cheguei bem em casa, mesmo mancando, ela me sorria. Eu sei o que é amor. Sinto. Recebo. Vivo. Demonstro. Esse amor que carrego é tão intenso e forte que, no fim das minhas orações, percebo que só me esqueci um pequeno detalhe: pedir por mim. estou completa, tenho amor de muito, e vivendo fora de mim; andando por aí.